Tim Maia está fazendo sucesso no Tik Tok com Acenda o Farol
Se existe um nome que dispensa apresentações na música brasileira, esse é Tim Maia. Em 2024, sua música Acende o Farol, lançada em 1978, está vivendo um renascimento impressionante graças ao poder das redes sociais. O fenômeno viral no TikTok trouxe novos holofotes para o talento inesgotável de Tim e suas composições atemporais. Mas, para entender o impacto atual dessa canção, precisamos voltar no tempo e explorar o contexto histórico e criativo em que ela nasceu.
1978: O Ano do Disco e da Reinvenção
Em 1978, Tim Maia já havia superado sua fase com a Cultura Racional e estava de volta à música popular com energia renovada. Foi nesse momento que ele lançou o icônico álbum Tim Maia Disco Club, uma produção conjunta de Tim e Gu Carvalho, marcada pelo som contagiante da disco music, que dominava as pistas da época.
O álbum também marcou o início da parceria de Tim com o tecladista e arranjador Lincoln Olivetti e contou com participações de grandes nomes da música, como Pepeu Gomes e Hyldon. Entre os destaques, além de Acende o Farol, estão faixas como Sossego, Se Me Lembro Faz Doer e A Fim de Voltar, esta última uma colaboração especial entre Tim e Hyldon.

Hyldon deu um depoimento exclusivo para a gente do MPB Bossa

Hyldon: Um Testemunho Exclusivo
Hyldon, um dos pilares do movimento soul brasileiro ao lado de Tim Maia e Cassiano, foi uma das peças-chave na gravação do álbum. Em uma conversa exclusiva, ele compartilhou lembranças valiosas sobre o processo criativo e o impacto duradouro de Tim Maia Disco Club.
“Sobre Tim, eu só tenho a dizer que ele está vivo entre nós através da sua música. Esse fenômeno no TikTok é um resgate da qualidade da obra dele”, reflete Hyldon. Ele contou que, ao gravar Acende o Farol e Sossego, Tim estava no auge da criatividade.
Um dos momentos mais curiosos relatados por Hyldon foi quando Tim lhe mostrou Acende o Farol:
“Ele me perguntou: ‘O que você acha dessa música?’. Ele sempre tinha umas ideias malucas, como o tal do Táxi pra Bahia. E eu brinquei: ‘Quem vai pra Bahia de táxi? Só o Cassiano!’. Ele riu muito e explicou nada, como sempre. Acho que Acende o Farol quer dizer ‘se liga’, algo que só ele entendia completamente. Foi incrível fazer parte desse disco.”
Hyldon também lembrou com orgulho de como criou a melodia de A Fim de Voltar enquanto esperava Tim retornar de um almoço. “Fiz a música ali, sentado no piano. Quando ele voltou, já estava pronta e ele colocou a letra. Esse era o Tim, um gênio criativo que sabia aproveitar o momento.”

Leo Maia filho de Tim Maia

Leo Maia: O Legado do Síndico na Atualidade
Outro depoimento emocionante veio de Leo Maia, filho de Tim, que falou com exclusividade sobre o renascimento das músicas de seu pai:
“Meu pai vai ser redescoberto dezenas de vezes. Hoje é Acende o Farol, amanhã pode ser Nuvens Brancas Vem Voar. Ele tem 80, 90 discos, cada um com vários clássicos e hits. O som dele é moderno, atual, e vai permanecer relevante pelos próximos 100 anos.”
Leo destacou a contribuição das redes sociais e dos DJs para manter a música de Tim viva para novas gerações. “O TikTok é uma ferramenta incrível. A juventude que não viveu a época dele agora está descobrindo. É como se meu pai tivesse sempre algo novo para oferecer.”
Um Clássico Eterno
A viralização de Acende o Farol não é apenas um acaso das redes sociais. É uma prova do poder atemporal da música de Tim Maia, que transcende gerações e continua a impactar o público com sua mistura única de criatividade, carisma e inovação musical.
Para quem ainda não conhece o álbum Tim Maia Disco Club, esta é a chance de explorar uma obra-prima que marcou a história da música brasileira. E, como diria o próprio Tim, “Se liga, já foi!”. Afinal, enquanto houver talento e boas histórias, sua música continuará iluminando nossos caminhos.
Assista aqui e veja os depoimentos completos de Hyldon e Leo Maia
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