Nara Leão e Ronaldo Boscoli
Após a explosão inicial da bossa nova com João Gilberto, surgiu a necessidade de uma cantora que se tornasse um nome nacional. Maysa emergia como a escolha ideal, especialmente porque já despertava interesse, tanto musical quanto amoroso, do letrista Ronaldo Bôscoli. Este, conhecido por enfrentar grandes desafios, iniciou um relacionamento com Maysa às escondidas de Nara Leão, sua noiva de 20 anos na época.
Acompanhados pelo pianista Luizinho Eça, o violonista Roberto Menescal e o trio liderado pelo pianista Luiz Carlos Vinhas, Maysa e Bôscoli embarcaram em uma rápida turnê por Santiago, Montevidéu e Buenos Aires. O romance se intensificou entre os shows, sendo marcado pelas primeiras discussões entre o casal. Ao retornarem ao Brasil, no aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires, Maysa fez uma ligação para o Rio, anunciando: "Mande a imprensa para o Galeão. Tenho uma bomba".
A imprensa atendeu ao chamado e aguçou suas canetas. Maysa desembarcou agarrada ao braço de Bôscoli, declarando aos repórteres: "Quero comunicar que vou me casar com Ronaldo Bôscoli, aqui presente, e ninguém vai me impedir". O choque inicial foi evidente, especialmente para Bôscoli, pois isso não estava combinado. Os repórteres também ficaram perplexos, e por último, mas não menos surpresa, Nara Leão descobriu pelos jornais que seu noivo se casaria com outra.
Ronaldo Bôscoli não conseguiu reparar o estrago já feito. Nara jurou nunca mais vê-lo e se uniu ao grupo de Carlinhos Lyra, que se aproximava dos sambistas de morro e da bossa nova mais "autêntica". O resto, como se conhece, transformou Nara na "musa do protesto", e seu show "Opinião" dividiu as águas da música popular.
Quanto à canção "O Barquinho", originalmente feita por Bôscoli para Nara (tão característica dela), acabou nas mãos de Maysa, que a lançou nacionalmente.
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